Apesar de um ano marcado por desafios, incluindo o conflito na Ucrânia e as tarifas comerciais impostas pelo antigo presidente norte-americano Donald Trump, a Zona Euro mostrou-se mais resiliente do que o esperado, com dados económicos a sugerirem que 2025 poderá ser encarado com algum optimismo.
Segundo Sean Shepley, Senior Economist da Allianz Global Investors, “à medida que nos aproximamos da época natalícia, parece apropriado dizer que o copo da Europa está a encher-se de forma consistente”.
O Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro cresceu 0,3% no terceiro trimestre face ao trimestre anterior, acelerando face aos 0,1% registados no segundo trimestre. A expansão foi impulsionada principalmente pela formação bruta de capital fixo (+0,9%) e pelo consumo do governo (+0,7%), enquanto o consumo das famílias contribuiu de forma mais modesta (+0,2%). O contributo das exportações líquidas foi negativo em 0,2 pontos percentuais.
Entre as maiores economias, Espanha liderou o crescimento com +0,6%, seguida de França (+0,5%). Itália registou um crescimento quase nulo (+0,1%) e a Alemanha manteve-se estagnada (0,0%). O crescimento alemão, considerado um peso para a zona euro, deverá beneficiar da expansão fiscal prevista para 2026.
Este cenário de crescimento robusto chega num momento crucial para o Banco Central Europeu (BCE), que se reúne na próxima semana em Frankfurt. Com a inflação próxima da meta – 2,2% a nível global e 2,4% subjacente – e os mercados de trabalho estáveis, é pouco provável que haja cortes imediatos nas taxas de juro. No entanto, a instituição poderá manter aberta a opção de ajustes finos em 2026.
O inesperado crescimento do PIB no terceiro trimestre deverá levar o BCE a rever em alta a previsão de crescimento para 2025, para 1,4%, face aos 1,2% anteriormente previstos, e projetar 1,2% para 2026. As previsões de inflação poderão subir ligeiramente, para 1,8%, refletindo o desvanecimento do impacto da energia e ajustes do sistema ETS.
A conclusão é clara: apesar dos desafios enfrentados, a economia europeia mostra sinais de recuperação e estabilidade, com uma base sólida para enfrentar 2026 com maior confiança.














